Geografia da Pobreza


Estudos Sociais / Geografia
Geografia da População

JOÃO FRANCISCO DA COSTA






AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos educandos da Escola Cônego José Leão Hartmann e a  todos aqueles que de alguma força, possibilitaram o desenvolvimento desse trabalho, em especial ao professor Arno Carlos Lehen, que em conversas esclareceu-nos a respeito do tema proposto.




INTRODUÇÃO



        O presente trabalho procurará esclarecer um pouco sobre o que é Geografia da Fome, baseando-se principalmente, nas bibliografias deixadas por Josué de Castro e outros autores.
        A fome é, antes de mais nada, um tabu às sociedades,  que a tratam como um tema secundário, procurando escondê-la, como denuncia CASTRO, em seu livro GEOPOLÍTICA DA FOME
        Além disso, far-se-á análise sobre a questão da fome no mundo, assim como, no Brasil.
        Um outro ponto a ser levantado nesse trabalho, serão sobre entrevistas realizadas com educandos de 5.ª série do ensino fundamental, do município de Canoas, procurando saber se o tema Fome é uma constante em seu cotidiano.
        Não pretende-se aqui, de forma nenhuma, escrever um compêndio sobre o assunto e, menos ainda, desenvolver um estudo de caso com ramificações sociológicas, o que pretende-se é compreender mais sobre um assunto tão presente a nós, que muitas vezes o desconhecemos.
        Outro fator constante neste, são os elementos pelos quais a fome pode ser uma causa políticas, como a má distribuição de terras, por exemplo.


1.     A GEOGRAFIA DA POBREZA

1.1  A Questão da fome




        A importância sobre a questão da fome é de vital análise neste momento, em que o planeta passa por períodos de transformações políticas e sociais, exemplificando, a questão da hegemonia americana sobre os demais países. Essas questões são conhecidas há muito pelos estudiosos.
        O quadro da miséria assusta a humanidade, que muitas vezes parece não acreditar que tal fato ocorra. Segundo SORRE (2003) , o crescimento atual da espécie humana e a possibilidade de aceleração desse crescimento pela generalização das observâncias higiênicas, de um lado, e, de outro lado, o balanço dos recursos alimentares, podem gerar à humanidade uma contradição entre esses dois fatos.
        Para CASTRO[1] , “a fome é a expressão biológica de males sociológicos. Está intimamente ligada com as distorções econômicas, a qual designei como subdesenvolvimento.” Assim, podemos considerar a fome como sendo um problema social, inseridos em todas as sociedades, porém, sua aceitação ou visualização por parte destas, foi durante muito tempo negada, escamoteada, escondida. Segundo CASTRO, op. cit., a fome é um fenômeno geograficamente universal, a   cuja  ação nefasta nenhum continente escapa. Ele

ainda coloca que toda a terra dos homens foi, até hoje, a terra da fome.

     A fome não é um produto da superpopulação: a fome já existia em massas antes do fenômeno da explosão demográfica do após – guerra. Apenas esta fome que dizimava as populações do Terceiro Mundo era escamoteada, era abafada era escondida. Não se falava do assunto que era vergonhoso: a fome era um tabu. (CASTRO, 2003, p. 02)


        Evidentemente, deve-se levar em consideração a questão da fome, sob forma ampla, não a concebendo somente como ligada à miséria, mas a fome deficitária, ou seja, populações que se alimentam, porém, o fazem muito mal, necessitando de vitaminas ou proteínas não encontradas em suas regiões, ocasionando assim certos problemas de saúde e até mesmo, levando à morte de indivíduos. Para CASTRO, op. cit., existem duas maneiras de morrer de fome: “ uma é não comer nada e definhar até o final e, outra, é comer de maneira inadequada e entrar em um regime de carências e deficiências específicas, capaz de provocar um estado que conduza à morte”.

     A noção que se tem, correntemente, do que seja a fome é, assim, uma noção bem incompleta. E este desconhecimento, por parte das elites européias, da realidade social da fome no mundo e dos perigos que este fenômeno representa para a sua estabilidade social, constitui uma grave lacuna tanto para a análise dos acontecimentos políticos da atualidade, que se reproduzem em diversas regiões da Terra, como no que se refere à atitude que os países em abundância deveriam ter em face aos países subdesenvolvidos, permanentemente perseguidos pela penúria e pela miséria alimentar. (CASTRO, passim, p. 2)




1.2  O Mundo de Miseráveis



        Não é simples definir a pobreza. No decorrer da história, os padrões de vida que indicam uma situação de pobreza apresentaram amornes variações. Assim, na Idade Média, o analfabetismo de adultos não era um indicador de pobreza,  pois quase todas as pessoas eram analfabetas, inclusive as nobres. Da mesma forma, expetativa de vida era inferior a 50 anos, que hoje caracterizam as populações mais pobres do globo, representavam a regra na época medieval.
        Outra dificuldade são as diferenças de critérios de pobreza existentes em diferentes países. Nos de clima quente a inexistência de encanamentos residenciais em vastas regiões não indicam uma situação de extrema pobreza; nos países frios, o encanamento residencial é uma necessidade absoluta, cuja ausência é sinônimo de pobreza.
Na moderna economia de mercado – em que as pessoas retém uma remuneração monetária pelo seu trabalho, utilizada para adquirir a maior parte dos produtos de que necessitam – a medida mais comum da pobreza é a renda monetária. São considerados pobres aqueles que recebem uma renda muito pequena, insuficiente até para adquirir alimentos e roupas indispensável para a sobrevivência normal.
        Atualmente, a ONU (Organização das Nações Unidas) utiliza duas linhas de problemas. São considerados pobres aqueles que tem renda inferior a U$ 370 é extremamente pobres aqueles cuja renda anual é inferior a U$ 275. Esses critérios ajudam a encontrar os grandes bolsões de pobreza do planeta.
        Em todo o mundo subdesenvolvido, mais de 1.1 bilhão de pessoas vivem em estado de pobreza (MANGNOLI e ARAUJO, 1997) , significa que cada 3 habitantes, um está abaixo da linha de pobreza. No interior desse grupo, cerca de 630 milhões de pessoas recebem menos de U$ 275 anuais. São os mais pobres entre os pobres, que perfazem quase 1/5 da população do mundo subdesenvolvido, quase a metade dos pobres e mais da metade dos miseráveis vive na Ásia Meridional, especialmente na Índia, Paquistão Bangladesh. Este é o maior bolsão de pobreza do planeta.
        O segundo grande bolsão de pobreza é a Ásia Oriental – a região onde se localiza a China, a Indochina e a Indonésia. Trata-se da região mais populosa do globo, com mais de 40% da população do mundo subdesenvolvido. Mesmo assim, tem uma quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, muito menos que a Ásia Meridional.
        O terceiro bolsão de pobreza é a África Subsaariana, onde a miséria absoluta aflige a maior parte da população que vive abaixo da linha da pobreza. A África Subsaariana tem uma população absoluta pequena, quando comparada com a Ásia Oriental e Meridional. Mais tem uma quantidade de miseráveis igual a da Ásia Oriental,  o que revela a extrema gravidade da situação do continente. No mundo subdesenvolvido, a insistência da pobreza é a maior entre as populações rurais que entre as populações urbanas. Na Ásia e na África a imensa maioria da população ainda vive no campo. Nestes países a pobreza real é absolutamente dominante. Os pobres são, quase sempre, camponeses ou empregados da fazenda. Nas cidades o acesso a uma infra-estrutura sanitária e médica – por mínima que seja – produz quedas acentuadas no índice de mortalidade infantil e protege a população das principais doenças endêmicas.


1.3  Os Indicadores Vitais



        Após a Segunda guerra Mundial, a revolução médico-sanitária derrubou as taxas de mortalidade geral no mundo subdesenvolvido. As grandes epidemias que outrora devoraram populações inteiras foram vencidas pelo menos em sua maior parte. Entretanto, a pobreza não foi estirpada: ao contrário, o número absoluto de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza aumentou paralelamente ao crescimento acelerado da população dos países subdesenvolvidos.
        A expectativa de vida é um dos principais indicadores vitais que sinalizam o nível de pobreza dos países. A média de vida das populações variam em função das taxas de mortalidade geral. Com a revolução médico – sanitária, a expectativa de vida aumentou em todo o mundo subdesenvolvido, aproximando-se dos 50 anos na África Subsaariana, ultrapassando a barreira dos 55 na Ásia Meridional e dos 60 no Oriente Médio e África do Norte. Na América Latina, Caribe e na Ásia Oriental, a esperança de vida superou os 65 anos.
        Apesar dos progressos, as disparidades diante dos países desenvolvidos ainda são imensas. No Japão, a vida média atinge 79 anos, enquanto em Serra Leoa  ela é de 42 anos. Mesmo entre os países subdesenvolvidos as desigualdades são enormes, revelando ritmos desiguais de realizações da revolução médico – sanitária.
A taxa de mortalidade infantil é um indicador capaz de detectar o nível de pobreza ainda melhor que a expectativa de vida.
        A mortalidade infantil divide-se em precoce ( menos de 07 dias), neonatal (07 dias a 1 mês) e pós – neonatal ( 01  a 12 meses).
        A melhoria das condições hospitalares é capaz de diminuir acentuadamente os índices de mortalidade precoce e mesmo neonatal, mas poucas influências exercem sobre a mortalidade pós – neonatal, cujas causas resistem na disseminação de doenças em grupos sociais atingidos pela subalimentação e pela insalubridade. Por isso, a mortalidade infantil é um indicador muito sensível dos níveis de vida das populações. Embora ela venha apresentando uma regressão constante, em nível mundial, os países mais pobres continuam apresentando taxas altíssimas de óbitos infantis. As taxas mais elevadas de mortalidade infantil atingem principalmente as grandes zonas de pobreza da África Subsaariana. Os países do Sahrel chegam a atingir um índice de quase 170$, como é o caso do Mali, que só é superado no mundo pelo Afeganistão. Mas os índices muito elevados estão disseminados pelo Golfo da Guiné, África Oriental e Austral, onde países como Angola e Moçambique representam taxas superiores a 130$.
        Na Ásia, os índices externos de mortalidade infantil aparecem em um número menor de países, embora atinjam as populações de Bangladesh, Camboja, Butão, Nepal e Afeganistão. Entretanto, países muito populosos como a índia, o Paquistão e a Indonésia, que obtiveram fortes reduções de seus óbitos infantis, ainda convivem com índices bastante elevados.
        Na América Latina, os índices muito altos de mortalidade infantil, superiores a 50$, aparecem no Caribe ( Haiti, República Dominicana), no istmo centro americano ( Honduras e El Salvador) e na América do Sul (Bolívia, Brasil, Peru e Equador).
        Na Europa a mortalidade infantil permite distinguir nitidamente dos conjuntos de países: a Europa Ocidental e Central rica, de um lado a Europa Oriental e Balcânica, de outro a Rússia, o antigo bloco soviético do Leste europeu e as antigas Repúblicas Soviéticas não atingiram as taxas típicas dos países desenvolvidos.

2. AS QUESTÕES MUNDIAIS
2.1  Ásia – Superpopulação e Pobreza

        Na Ásia, a miséria anda lado a lado, com uma excessiva pressão demográfica sobre as terras cultiváveis. A Ásia é o continente que apresenta a maior densidade demográfica por hectares de terra arável: em média, cerca de 7,2 habitantes por hectare.
Na África e na Europa, essa média caiu para 3,9 habitantes por hectare. Na América é de apenas 2,9 e nas antigas Repúblicas Soviéticas não passa de 1,3.
        A população do continente experimentou um crescimento explosivo, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. Em 1930, incluindo a área da ex – União Soviética, a Ásia contava com pouco mais de 1 bilhão de habitantes. Em 1975, a população atingia os 2,2 bilhões. Nas décadas de 1950 e 1960, a quedas acelerada das taxas de mortalidade impulsionava o crescimento vegetativo.
        O crescimento populacional acelerado agravou um velho problema do continente, as densidades muito altas do continente, gerando utilização intensa das terras férteis.
As planícies do Indo ( no Paquistão), do Ganges e do Bramaputra ( Índia e Bangladesh), e do Mekong (Indochina) e do Sikiang, Yang Tse e Hoang ho (China) e ainda as ilhas de Java (na Indonésia) e de Luzon (nas Filipinas) foram as áreas de maior intensidade rurais do planeta. Aí estão os formigueiros humanos da Ásia Meridional e oriental. Aí estão também as principais concentrações de pobreza. (MAGNOLI & ARAÚJO, 1998)

2.2  A Economia do Arroz
        Há séculos, a base nutritiva dessas regiões repousa no cultivo do arroz realizado pouco depois das grandes chuvas do verão. Trata-se de uma agricultura de trabalho intensivo, ou seja, baseada em grande utilizações de forças de trabalho e fraca aplicações de capital.
O regime climático, com a rígida separação entre as estações de chuvas e a das secas é  responsável pela sazonalidade muito pronunciada do trabalho agrícola. Entre fevereiro e maio, não há quase nenhum trabalho a realizar nas plantações. A partir de junho, a força de trabalho é toda empregada no plantio, tratos culturais e colheitas do arroz. As mulheres, crianças e velhos também vão para as plantações.
        Nas planícies e vales dominados pelo cultivo de subsistência do arroz, as altas densidades de população rural determinaram um sensível parcelamento da terra, originando uma estrutura de propriedades muito pequenas. A criação de gado nunca se desenvolveu como atividade independente, pois as pastagens são escassas . A enorme população rural tem de viver exclusivamente com os rendimentos agrícolas, proporcionado pela quantidade limitada de terras disponíveis.
       Conforme (Magnoli & Araújo, passim), a urbanização e a industrialização foram limitadas por esta estrutura de produção agrícola, baseada no trabalho intensivo em regime sazonal. A divisão do trabalho e o comércio entre o campo e a cidade conheceram um desenvolvimento muito pequeno. O crescimento da população rural foi acompanhada por um crescimento insuficiente da produção agrícola, reproduzindo e agravando o ciclo de pobreza ancestral.
Desde a década de 1970, o desenvolvimento econômico assumiu ritmos divergentes no continente asiático.  Enquanto a Ásia Meridional permaneceu estagnada, reproduzindo extensivamente a pobreza, a Ásia Oriental experimentou uma trajetória de ruptura da situação de pobre secular.
Atualmente, na Ásia oriental, o crescimento econômico do Japão seguido e pela dinamização dos pequenos dragões originais, vem estimulando a diversificação da produção e das exportações da Tailândia, Malásia , indonésia e Filipinas. O setor industrial toma pouco a pouco o lugar das velhas  plantations, como foco da economia e das exportações.
A agricultura conhece uma diversificação e mecanização cada vez maior. As taxas de natalidade começam a retroceder, derrubando o crescimento vegetativo,. Os níveis de vida da população melhoram lentamente, apesar da sobrevivência de imensas áreas de pobreza nessas regiões de mais alta intensidade, como a ilha de Java. Assim, regiões do Sudeste Asiático ingressam no grupo dos dragões, integrando-se às zonas de crescimento da Ásia Oriental.
        Na China, a queda rápida do crescimento vegetativo e progresso importante na mecanização agrícola coincidiram com o investimento elevado na saúde pública, saneamento e educação. As rendas monetárias da população continuam muito baixas, mas os índices vitais registraram uma incidência menos da pobreza.

2.2    África – O Expectro da Fome
        Na Ásia as grandes concentrações de pobres estendem-se por um meio geográfico, mais ou menos homogêneo, em terras úmidas e quentes superpovoadas e dominadas pelo cultivo ancestral do arroz. Na África Subsaariana as grandes concentrações de pobreza localizam-se em meios muito heterogêneos, envolvendo desde as terras semi-áridas do Sahrel até as terras tropicais equatoriais do centro e do leste do continente, em regiões de povoamento escasso ou mediano.
        Na África, a pobreza é o resultado de um sistema fechado de produção e o consumo rural baseado no superpovoamento das terras cultiváveis. Na África Subsaariana, ao contrário, a pobreza é o resultado da ruptura do sistema de produção e consumo das aldeias tradicionais, sob o impacto da improdução da economia de mercado.
        A pobreza na África é, antes de tudo, uma herança do colonialismo. Desde o final do século XIX, a ocupação progressiva das melhores terras para o cultivo de produtos tropicais de exportação em sistema de plantations provocou a desestruturação da economia ancestral, tribal e de auto consumo, que mantinha a população nativa nos limites escritos da subsistência.
        No plano econômico, a economia exportadora colonial passou a competir com a economia tribal de subsistência, apropriando-se das terras férteis e úmidas e de parcelas crescentes da força de trabalho adulta. No lugar da produção de alimentos parta o auto consumo, os camponeses passaram a produzir, cacau, café, amendoim, algodão para o consumo dos países desenvolvidos. Tornando-se empregados das plantações exportadoras, passaram a depender dos salários em dinheiro para adquirir no mercado os gêneros de subsistência.


2.4 As Tragédias Cíclicas



        A implantação da economia de mercado gerou migrações temporárias – cada vez mais intensas – das áreas ainda dominadas pelo subsistência tribal para as áreas de agricultor exportadora especialmente nos períodos de colheita, quando cresce a demanda por trabalho.
A unidade dos sistemas familiares e das linhagens de parentesco das velhas tribos vergou sob o peso das migrações e do assalariamento de parte das populações. A introdução de religiões européias ( o protestantismo, na África britânica e holandesa, e o catolicismo, na África francesa, belga e portuguesa) e dos métodos europeus de educação escolar desorganizou os sistemas de crenças, mitos e valores culturais tradicionais.
Submetidas às demandas do mercado internacional, vastas regiões da África Subsaariana transformaram-se em centros exportadores de minérios ou produtos agrícolas tropicais e importadores de alimentos. O Senegal tem no amendoim a principal mercadoria de exportação, mais de 40% das suas importações correspondem a alimentos. No Golfo da Guiné, a Costa do Marfim é a maior exploradora mundial de cacau e despende 18% das suas importações com alimentos, Já a Nigéria exporta petróleo, cacau e amendoim e também despende um quinto das exportações com alimentos. A paupérrima Moçambique consome mais de um quinto das importações em alimentos e exporta açúcar e algodão. O Zaire está entre os grandes exportadores de diamantes e cobre, mas os alimentos perfazem perto de um quarto de suas importações. A França é o principal parceiro comercial do Senegal e da Costa do Marfim, enquanto a Bélgica é a maior cliente do Zaire: a sombra das antigas metrópoles coloniais continua pairando sobre as nações africanas.
        As crises agudas de fome que vêm atingindo países africanos nas últimas décadas coincidiram com conjunturas climáticas ou políticas adversas, ou com uma combinação das duas. Mas, por trás dessas crises agudas, existem fatores estruturais. Responsáveis pela miséria permanente de imensas parcelas da população. Quando estas secas prolongadas, guerras civis ou conflitos separatistas estalam, o frágil equilíbrio da pobreza é rompido, desencadeando uma onde de fome e de vastas proporções.
        Esses fatores estruturais da pobreza residem na combinação da fase de máximo incremento demográfico com a retenção conjunta das exportações agrícolas e minerais e da produção de alimentos para o mercado interno. A Ásia Meridional e Oriental e a América Latina já deixaram para trás a fase de maior incremento demográfico: hoje, conhecem uma redução importante nas taxas de natalidade, e consequentemente, do crescimento vegetativo. Na África Subsaariana, ao contrário, o crescimento vegetativo não dá sinais de recuo importante.
        O incremento demográfico explosivo não tem sido acompanhado por um crescimento proporcional da produção de alimentos. A desintegração da velha economia de subsistência tribal deixou um vácuo que não foi preenchido.
        O aumento da dependência da importação de alimentos não foi compensado por um incremento das receitas das exportações. Na verdade, apesar do aumento do volume das exportações agrícolas ou minerais, registrou-se queda generalizada do valor das exportações, pois os produtos primários sofreram uma forte desvalorização no mercado internacional. As receitas decrescentes das exportações e a necessidade de importações cada vez maiores geraram desequilíbrios profundos na balança comercial das nações africanas. O endividamento externo aumentou em todo o continente. Estava abeto o caminho para as crises devastadoras da fome.
Na primeira metade da década de 1980, a sucessão de vários anos com déficits pluviométricos desencadeou ondas de fome em todo o Sahrel, desde a Etiópia e a Somália até o Mali e a Mauritânia. Na Etiópia, à seca prolongada combinaram-se conflitos  separatistas internos, originando crises mais dramáticas. A década de 1900 registrou novos e trágicos episódios críticos. Na Somália, os conflitos intermitentes entre clãs rivais redundaram em uma das mais graves crises de fome de que se tem notícia. Em dezembro de 1992, tropas internacionais, sob a bandeira da ONU (Organização das Nações Unidas) e o comando dos Estados unidos, desembarcaram no país para uma missão Geopolítica justificada por razões humanitárias. Dois anos depois, a maior parte dos continentes se retirou sem conseguir extinguir os conflitos tribais. Em Ruanda, na África Central, a guerra civil entre forças dos dois maiores agrupamentos – os hutus e os tutsis – provocou uma onda de refugiados que se alastrou para o vizinho Zaire. Como em outros casos similares, a expulsão das populações das suas cidades e aldeias foi acompanhada por crises agudas de fome e pelo alastramento de epidemias.
        Atualmente, inúmeros países da África saheliana e oriental dependem da ajuda alimentar provinda do exterior. O excedente de grãos da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália amenizam as conseqüências dos déficits agrícolas africano. Entretanto, essa mesma ajuda – que é uma arma política dos países ricos e uma válvula de escape para excedentes não comercializáveis – bloqueia o desenvolvimento de alimentos nos países africanos.


3. BRASIL

         Não seria possível realizar uma pesquisa ou trabalho sobre as questões relacionadas à fome, sem que constasse o Brasil, além de ser o país ao qual habitamos, não devemos negar tais questões relacionadas a ele. Sabe-se desde muito, que este país enfrenta difíceis problemas pela falta de alimentação de suas populações, contraditoriamente tem safras agrícolas recordes.
        Acredita-se que a fome no Brasil esteja ligada ao passado, conforme coloca Josué de Castro, em seu livro Geografia da Fome:

     A fome no Brasil, que perdura, apesar dos enormes progressos alcançados em vários setores de nossas atividades, é conseqüência, antes de tudo, de seu passado histórico, com os seus grupos humanos, sempre em luta, quase nunca em harmonia com os quadros naturais. Luta, em certos casos, provocada e por culpa, portanto, da
agressividade do meio, que iniciou abertamente as hostilidades, mas, quase sempre, por inabilidade do elemento colonizador, indiferentes a tudo que não significasse vantagem direta e imediata para os seus planos de aventura mercantil. (CASTRO, 1983, p. 280-1)


        É também necessário entender-mos as questões relacionadas a distribuições desigual de terras e o acesso aos alimentos, por parte da população. Ora, necessariamente não significa que ter se safras recordes, todos terão acesso aos alimentos, conforme comenta o Prof. Arno Carlos Lehnen – do UNILASALLE, quando questionado sobre a questão.
Outrossim, a desigual distribuição de terras é um problema enfrentado neste país desde muito, se assim pode-se dizer, desde as Capitanias Hereditárias e as Sesmarias, que foram na realidade grandes latifúndios criados a satisfação de alguns regentes da época.
A razão principal para a fome se dá através da melhoria de atendimentos nos sistemas de saúde que ao avançar, eliminou a mortalidade em grande escala, porém, com o aumento demográfico e a saúde cada vez melhor, em determinadas regiões, o aumento da população ocasionou bolsões de fome. Outro fator, é a questão do desemprego gerado pelo sistema capital, marginalizando massas humanas em determinadas áreas e gerando riquezas exorbitantes em outras, passível de ser vista, em nossa paisagem como por exemplo, uma favela ao lado de um condomínio fechado, seguro, residente, onde as pessoas se diferenciam das outras, aí, nos mais variados setores sociais.
        O êxodo rural ocorrido nas metrópoles da América Latina, e, em especial nas regiões Sudeste e Centro – Sul do Brasil ocasionou um aumento populacional gigante, onde a falta de estrutura para absorver essas massas humanas definiu o quadro social dessas metrópoles, ocasionando o inchaço das cidades; existindo maior população e desigualdade social, a possibilidade de uma má alimentação ou inexistente é muito grande. (CASTRO, passim)
        Devido a fatores sócio-econômicos, políticos e culturais em uma natureza abundante, como é o caso do Brasil, não temos a devida distribuição que se faz necessária para a correção do problema da fome; o que ocasionaria uma urgência em elaborar e promover, com rapidez a Reforma Agrária, dando não somente terras, mas também a estrutura financeira necessária para acabar com o inchaço nas cidades.
        Em relação ao Brasil, destacam-se principalmente, as regiões do semi árido nordestino, com deficiência de alimentação devido aos fatores climáticos e financeiros, além da corrupção existentes em muitos anos da história brasileira, em esferas mais elevadas e responsáveis pela manutenção do país. Outras áreas de carência alimentar que merecem destaque, são o litoral nordestino e o norte brasileiro, não pela total falta de alimentos, mas pela defasagem vitamínica, que essas populações sofrem.
        A questão da fome é nacional, os mais variados grupos, partindo de um entendimento que a fome não é somente a falta de alimentação, mas sim, um complexo de alimentos que podem gerar necessidades ao organismo, ressalta-se em todas as regiões brasileiras déficits alimentares, conforme coloca CASTRO, passim.
        Um aspecto que nos chama a atenção também, é a questão dos transgênicos, Organismos Geneticamente Modificados, que entram no palco da sociedade atual, promovendo discussões pertinentes sobre o assunto e sobre o tema da fome, baseando-se nesta para conseguir demonstrar seu poder tecnológico. Ora, é sabido por variados cientistas e ambientalistas, assim como, pelos órgão internacionais, que em inúmeros países europeus esse tipo de alimentação tem seu consumo e venda proibidos.
        Em relação a isso, surgem questões que devem ser analisadas, pensadas, digeridas, por que nestes países não se consomem transgênicos? Trariam eles, males à saúde humana e/ou ambiental?
     O certo, é que mais uma vez, a promessa do fim da fome no mundo se apresenta, assim como foi a Revolução Verde ( 1950-60-70), prometendo ao mundo a dissolução da fome na Terra, e, o que ocorreu foi o contrário, observa-se cada vez mais, ano após ano, um aumento significativo nos faminto do mundo, como é o caso Africano.
        Seria pretensão demais deixar de analisar o que houve com a Revolução Verde, o sistema de plantatios e o uso de grandes herbicidas como o DDT, que serviram antes de mais nada à degradação do meio ambiente e de suas diversidades biológicas, além de atrelarem os agricultores à grandes bancos e empresas, com empréstimos milionários, juros excessivos à compre do maquinário pertinente a produção almejada à época.
        Será, que os transgênicos não podem ser considerados hoje, uma Revolução de Commodities, onde ao invés de os agricultores tornarem-se produtores comerciais, tornarem-se escravos de um sistema um pouco “diferenciado” do da Revolução Verde.
        A utilização dos alimentos transgênicos realmente poderia sanear em muito a questão da fome, nas mais variadas partes do mundo, porém, não há nenhuma segurança ainda sobre os efeitos dos transgênicos à saúde das pessoas que os consumirem e ao meio ambiente, já que esses novos seres vivos não existiam antes na natureza, e são resultados de experimentos de laboratório; não há nenhuma segurança, ainda sobre os efeitos para a saúde dos agricultores que conviverem com essas sementes e produtos. As pesquisas de sementes e produtos transgênicos visam apenas aumentar suas taxas de lucro e não melhorar o bem estar da população. Embora os métodos de biotecnologia possam ser benéficos, não há nenhuma prova concreta de que as sementes transgênicas, por si só sejam mais produtivas e mais adequadas à preservação da natureza do que as sementes melhoradas. Muitas sementes transgênicas possuem o componente “terminator” que as esteriliza para a utilização de seus frutos como sementes. Obrigando os agricultores a comprar novas sementes a cada safra, ficando dependentes sempre da empresa fornecedora; os agricultores perderam completamente o controle do uso das sementes e ficaram totalmente dependentes das empresas multinacionais. O domínio da biotecnologia e o uso dos transgênicos está levando a um processo de controle oligopólico em todo o mundo, das sementes por parte de apenas 8 grandes grupos econômicos.
        É impossível ter semente e alimentos sadios em grande quantidade para toda a população mundial, respeitando o meio ambiente, praticando uma agricultura saudável sem depender de transgênicos, a fome existente no mundo e no Brasil não é decorrente da falta de alimentos, mas do modelo econômico concentrador de renda e de riqueza que impede muitas pessoas de terem acesso aos alimentos necessários para uma vida saudável.
Todavia, se focalizar-mos ainda mais, as concepções sobre fome, observamos que elas inserem-se a fazem parte de nosso dia-a-dia.


4.     A FOME EM NOSSO DIA-A-DIA

        O crescimento da população que quase duplicará nos próximos 50 anos, não exigirá apenas maior quantidade de alimentos, mas também uma grande expansão de áreas ocupadas com moradias, locais de trabalho, educação, lazer, etc. É imprescindível, portanto, um acentuado aumento na produtividade das culturas para que algumas regiões naturais possam continuar a serem protegidas.
       Existe um consenso na comunidade científica mundial de que a tecnologia convencional sozinha não permitirá que a produção de alimentos seja aumentada o suficiente  para  alimentar uma população de 9.37 bilhões de pessoas, estimadas para o ano de 2050 (BONGAARTS, 1998).
      Mesmo reconhecendo que o problema poderá ser minorado, em parte, com uma melhor distribuição dos alimentos, é importante salientar que para atender às necessidades futuras e permitir uma produção sustentável, a pesquisa agrícola deverá utilizar todas as tecnologias, incluindo as modernas biotecnologias, que vêm apresentando um desenvolvimento extremamente rápido. De particular importância é a engenharia genética, que envolve também a produção e uso de plantas transgênicas.

4.1 A Bioética

      Bioética é a ética da vida, tal como temos hoje, é um humanismo de novo tipo que surgiu e adquiriu a visibilidade como um movimento social de luta pela ética no campo das biociências, a partir da década de 1970. Hoje, a Bioética é também uma disciplina que busca vincular uma ciência crítica e tenta assegurar posturas éticas nas ações do cotidiano da área da saúde, com destaque às práticas médicas e nas experimentações científicas que utilizam seres humanos (OLIVEIRA, 2001)2      A Bioética é uma especialização da ética, que tem por objetivo a reflexão do avanço da Biotecnologia, frente às mudanças ocorridas nas ciências, no meio ambiente e as conseqüências destas sob os seres humanos e o planeta.
      O objeto de atuação da Bioética surgiu com a tomada de consciência por parte do homem, de que ele é parte integrante e atuante do meio em que vive. Desta forma, suas intervenções devem ser pensadas e refletidas para que não seja vítima de suas próprias ações.
      Em primeiro momento, a Bioética foi entendida como preservação do meio ambiente e da biodiversidade. Com o avanço da Biotecnologia houve a ampliação da utilização do termo para uma ética aplica às ciências biomédicas. A partir daí, surgiram os quatro princípios basilares da Bioética:

v     Autonomia;
v     Beneficência;
v     Não maleficência;
v     Justiça.

      O princípio da autonomia revela-se como uma especificação dos direitos humanos, haja vista ter-se desenvolvido dos mesmos. Os princípios da beneficência e não maleficência referem-se diretamente aos profissionais da área da saúde, possuindo sua origem mais remota no juramento de Hipócrates, a qual ensina a atuar sempre para o bem do paciente e não para seu mal.
O princípio da justiça, o mais democrático, porém, o mais difícil de ser alcançado, garante o acesso de todos aos serviços de saúde. Sendo assim, faz-se necessário a conscientização da importância da Bioética e sua presença no cotidiano das pessoas.


4.2 Ética e Fome: A Realidade de Nosso Cotidiano
        Para a elaboração deste trabalho, procurou-se desenvolvê-lo de forma diferenciada, utilizando-se de uma pesquisa realizada por alunos de 5.ª série, da Escola Cônego Leão José Hartmann, do Bairro Guajuviras – Município de Canoas (RS).
        O Bairro Guajuviras localiza-se a Leste do Município, conta com uma população de aproximadamente 50 mil habitantes, segundo dados da Prefeitura Municipal de Canoas, e conta com determinada população de baixa renda, sobretudo mas não especificamente, em áreas de invasão, onde o saneamento básico é praticamente inexistente. Dessa forma, foi dado a oportunidade aos educandos, que desenvolvem-se um questionário de livre escolha de questões relacionadas à fome, as características principais relacionadas à pesquisa foram solicitadas assim:
·        Que se entrevistasse uma pessoa que não tivesse alimentação ou que já tenha passado alguma necessidade.
     Enfim, quão não foi nossa surpresa, as respostas dos entrevistados foram “aterrorizantes”, no sentido de não estarmos preparados a escutá-las ou lê-las, mas que simplesmente traduzem a mais cruel realidade do cotidiano, que para surpresa nossa, não estava na África e muito menos na Ásia e sim, em um bairro a pouco quilômetros de nossas residências.
        Muitos dos educandos também surpreenderam-se com seus entrevistados, comentando as diferenças sociais que visualizaram, o que é pior para eles próprios, pois muitos deles convivem nesse meio, passando tanto por carências alimentares e vitamínicas, como realmente passando a falta de alimentação, tendo na escola, uma fuga alimentar.
        Após a leitura das entrevistas realizadas pelos alunos, não nos foi possível, como licenciando e bacharelandos estabelecer métodos gráficos, persuasivos, matemáticos, que tanto nossas teorias nos exigem, por que não conseguimos delimitar (conceito básico da Geografia), a linha que divide a pobreza e a riqueza. Fez-se necessário que refletíssemos sobre estas questões e sobre como colocaríamos as respostas; Com efeito, não achamos necessário colocá-las aqui, neste texto, e sim, sobre a forma de anexo, para que se possa ser visualizadas.
        Podemos analisar nas entrevistas, a íntima ligação existentes entre o trabalho infantil, naquelas famílias onde a escassez de recursos é nítida, além, de problemas como a ausência escolar por não alimentação ou a obrigação do trabalho a ajuda para o sustento do lar. Essas e outras questões devem ser analisadas, não somente por nós, universitários, mas pela sociedade como um todo e principalmente os governantes, que em seus “despautérios” eleitorais prometem as melhorias de acesso à escola, à saúde e a alimentação.


CONCLUSÃO




“A terra será maldita por causa da tua obra. Ela te produzirá espinhos: e tu terás por sustento as ervas da terra. Tu comerás o teu pão no suor do teu rosto.” (Gênesis, 3: 17-19)


        As questões relacionadas à fome no mundo devem ser analisadas de forma fria, visualizando-se todos os problemas relacionados a mesma. As questões sociais, morais, políticas, econômicas, ideológicas e principalmente éticas.
        Sim, éticas, pois são através dessas questões que conseguiremos mostrar ao mundo e a nós mesmos, que a fome é um problema antigo e atualíssimo, demonstrando toda a sua força a cada dia que passa.
As dissimulações das sociedades e de seus elementos, assim como os padrões instaurados nelas, fazem da questão dos famintos, um tema transversal, que um dia “poderá ser solucionado”, ou imediatista, “doaremos alguns alimentos aos necessitados”,  ou quem sabe, “ hoje, ajudei um pobre”, a questões que poderia surgir é: pobre? De alimentos ou de espírito?
        As promessas pela solução da fome são antigas e por enquanto ineficazes. Não há parte neste mundo que não sofra seus efeitos ou que pelo menos não sofreram.
        É desumano demais conceber centenas de shopping Centers, esbanjando capital, quando neste momento mais de 2 bilhões de pessoas sofrem os flagelos da fome.  Não é culpa minha, nem sua, mas nossa; a má utilização dos recursos governamentais, pelos políticos e pela sociedade “calada ideologicamente”, demonstra os efeitos das necessidades humanas neste início de século.
Nossa pergunta é: Até Quando?!


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[1] CASTRO, Josué. Disponível on line: http://www.josuedecastro.com.br/potl/fome, acessado em 05/10/2003 
2 [2] OLIVEIRA, Fátima é médica; diretora da Rede Nacioanal Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos; integrante efetiva do Comitê de Especialistas em Bioética e Biodireito da Universidade de Alfenas (MG). Disponível on line: http://www.anbio.org.br/bio/biodir_art2.html. Acessado em 31/10/2003