Iluminismo

O Iluminismo o pode ser considerado uma revolução cultural, pois foi um movimento que provocou mudanças profundas no pensamento e nas ciências, nos séculos XVII e XVIII. Desde o século XV, a Europa passava por variadas transformações: Expansão Marítima, quebra da velha ordem feudal, Reforma Religiosa. Nos séculos XVII e XVIII, o mundo preparava-se para viver o tempo do capital e da burguesia.
O pressuposto básico do Iluminismo era a razão, e seu objetivo era encontrara a verdade.
No pensamento iluminista, u determinado pressuposto para ser considerado verdadeiro tinha de ser analisado racionalmente, e um dos caminhos para isso era a dúvida; utilizando-se da dúvida para desvendar a realidade, René Descartes (1596-1650), exerceu fortes influências sobre os iluministas. Esse cientista acreditava que se poderia desvendar tudo o que ainda era desconhecido, a isto disse a célebre frase: Penso, logo existo.
A crença de que o ser humano seria capaz de conhecer tudo o que existia no mundo desde que perceptível aos sentidos e encampado pela experimentação levou a criação do Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios, ou simplesmente, Enciclopédia, que deveria conter todo o conhecimento humano. A elaboração desta ficou a cargo do escritor Denis Diderot (1713-1784) e do matemático Jean Le Rond D’Alembert (1717-1783). Por ter caráter racionalista, esta enciclopédia foi incluída no ÍNDEX ( lista de livros censurados pela igreja, que os católicos eram proibidos de ler).

As teorias científicas e políticas do século XVII

Para muitos, o século XVII mostrará ao mundo, as grandes mudanças ocorridas no entendimento das ciências.

Johannes Kepler - Alemão (1571-1630)  astronomia, meteorologia.
Galileu Galilei - Italiano (1564-1642)  Astronomia, física.
John Locke – Inglês (1631-1704)  Pensamento Político

Conhecimento do século XVIII

Isaac Newton ( 1642-1727)  Deduziu o princípio da gravidade universal.
Benjamin Franklin (1706-1790)  Criou o pára-raios.
Lavoisier (1743-1794)  Partindo da hipótese de que todos os fenômenos da química se deviam a deslocamento da matéria e que no Universo tomado em seu conjunto, a matéria é sempre a mesma (pode mudar de forma, mas não pode aumentar ou diminuir), formulou seu princípio bastante conhecido de que “nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”.
Buffon (1707-1781)  Analisando a presença no Norte da América de ossadas de elefantes – animais encontrados atualmente apenas da Ásia e na África -, ele deduziu que os continentes já tinham sido unidos.
Lineu (1707-1780)  Deu uma grande contribuição na formulação das classificações botânicas e zoológicas, simplificando os nomes com o uso de uma nomenclatura binária. Exemplo: Canis aureus (Chacal), Canis Lupus (Lobo).
Montesquieu ( 1689-1755)  Foi um severo crítico do absolutismo e do comportamento do clero católico. No livro O espírito das Leis , de 1748, reflete sobre as leis que regem a sociedade e aponta como solução política a Monarquia Constitucional, nos moldes da existente na Inglaterra.
Voltaire (1694-1778)  Na defesa do modelo político britânico, publicou, em 1734, Cartas Filosóficas. Sua obra mais conhecida é Cândido, uma fábula filosófica em que satiriza a visão otimista do mundo.
Rousseau (1712-1778)  Na obra Contrato Social, publicado em 1762 buscava conciliar os interesses particulares, aos interesses públicos. Criou um ideal de Estado, o qual todas as pessoas participariam diretamente do governo e as decisões seriam tomadas de acordo com a vontade geral.
Kant (1724-1804)  Na obra A Crítica da Razão Pura, de 1781, desenvolveu a tese de que o conhecimento do mundo exterior envolve a experiência (empirismo) e o uso de conceitos metafísicos que não aparecem com a experiência (uso da razão).

CARACTERÍSTICAS POLÍTICAS DO ABSOLUTISMO

Além do campo científico, o Iluminismo propagou duras e severas críticas à forma do poder vigente ( absolutismo), propondo uma nova maneira de entender a vida social.

• Crítica ao absolutismo nãoera uma crítica amonarquia como regime político, mas aos abusos cometidos pelos reis absolutistas;
• Críticas à tese do direito divino dos reis  compreendendo que a sociedade e a história são construções humanas, os iluministas não aceitavam a idéia de que o poder real pudesse ser um atributo divino;
• Críticas à participação da Igraja na vida pública  Os iluministas defendiam a laicização (retirada da influência do clero) da vida política e social, ou seja, para eles, a religião não deveria interferir na sociedade e na política;
• Defesa do contrato como mediador das relações sociais  As relações sociais deveriam ser definidas por um contrato, um acordo feito pelas duas partes. Os termos dos contratos sociais seriam estipulados pela lei, o que tornava necessária a existência de uma Constituição.


O Absolutismo Ilustrado

Para os iluministas, os reis deveriam ser educados pelos filósofos a fim de dominar o conhecimento, que leva a verdade, dessa forma, poderiam conduzir bem o destino das nações as quais governassem, destacam-se entre eles:
 Frederico II, da Prússia (1740-1786);
 José I, de Portugal (1750-1777);
 José II, da Áustria (1780-1790);
 Catarina II, da Rússia (1762-1796)

A GEOGRAFIA DA POBREZA

João Francisco da Costa


A Questão da fome




A importância sobre a questão da fome é de vital análise neste momento, em que o planeta passa por períodos de transformações políticas e sociais, exemplificando, a questão da hegemonia americana sobre os demais países. Essas questões são conhecidas há muito pelos estudiosos.
O quadro da miséria assusta a humanidade, que muitas vezes parece não acreditar que tal fato ocorra. Segundo SORRE (2003) , o crescimento atual da espécie humana e a possibilidade de aceleração desse crescimento pela generalização das observâncias higiênicas, de um lado, e, de outro lado, o balanço dos recursos alimentares, podem gerar à humanidade uma contradição entre esses dois fatos.
A África Subsaariana é onde a miséria absoluta aflige a maior parte da população que vive abaixo da linha da pobreza. A África Subsaariana tem uma população absoluta pequena, quando comparada com a Ásia Oriental e Meridional. Mais tem uma quantidade de miseráveis igual a da Ásia Oriental, o que revela a extrema gravidade da situação do continente. No mundo subdesenvolvido, a insistência da pobreza é a maior entre as populações rurais que entre as populações urbanas. Na Ásia e na África a imensa maioria da população ainda vive no campo. Nestes países a pobreza real é absolutamente dominante. Os pobres são, quase sempre, camponeses ou empregados da fazenda. Nas cidades o acesso a uma infra-estrutura sanitária e médica – por mínima que seja – produz quedas acentuadas no índice de mortalidade infantil e protege a população das principais doenças endêmicas.


Os Indicadores Vitais

Após a Segunda guerra Mundial, a revolução médico-sanitária derrubou as taxas de mortalidade geral no mundo subdesenvolvido. As grandes epidemias que outrora devoraram populações inteiras foram vencidas pelo menos em sua maior parte. Entretanto, a pobreza não foi estirpada: ao contrário, o número absoluto de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza aumentou paralelamente ao crescimento acelerado da população dos países subdesenvolvidos.
A expectativa de vida é um dos principais indicadores vitais que sinalizam o nível de pobreza dos países. A média de vida das populações variam em função das taxas de mortalidade geral. Com a revolução médico – sanitária, a expectativa de vida aumentou em todo o mundo subdesenvolvido, aproximando-se dos 50 anos na África Subsaariana, ultrapassando a barreira dos 55 na Ásia Meridional e dos 60 no Oriente Médio e África do Norte. Na América Latina, Caribe e na Ásia Oriental, a esperança de vida superou os 65 anos.
Apesar dos progressos, as disparidades diante dos países desenvolvidos ainda são imensas. No Japão, a vida média atinge 79 anos, enquanto em Serra Leoa ela é de 42 anos. Mesmo entre os países subdesenvolvidos as desigualdades são enormes, revelando ritmos desiguais de realizações da revolução médico – sanitária.
A taxa de mortalidade infantil é um indicador capaz de detectar o nível de pobreza ainda melhor que a expectativa de vida.
A mortalidade infantil divide-se em precoce ( menos de 07 dias), neonatal (07 dias a 1 mês) e pós – neonatal ( 01 a 12 meses).
A melhoria das condições hospitalares é capaz de diminuir acentuadamente os índices de mortalidade precoce e mesmo neonatal, mas poucas influências exercem sobre a mortalidade pós – neonatal, cujas causas resistem na disseminação de doenças em grupos sociais atingidos pela subalimentação e pela insalubridade. Por isso, a mortalidade infantil é um indicador muito sensível dos níveis de vida das populações. Embora ela venha apresentando uma regressão constante, em nível mundial, os países mais pobres continuam apresentando taxas altíssimas de óbitos infantis. As taxas mais elevadas de mortalidade infantil atingem principalmente as grandes zonas de pobreza da África Subsaariana. Os países do Sahrel chegam a atingir um índice de quase 170, como é o caso do Mali, que só é superado no mundo pelo Afeganistão. Mas os índices muito elevados estão disseminados pelo Golfo da Guiné, África Oriental e Austral, onde países como Angola e Moçambique representam taxas superiores a 130.
Na Ásia, os índices externos de mortalidade infantil aparecem em um número menor de países, embora atinjam as populações de Bangladesh, Camboja, Butão, Nepal e Afeganistão. Entretanto, países muito populosos como a índia, o Paquistão e a Indonésia, que obtiveram fortes reduções de seus óbitos infantis, ainda convivem com índices bastante elevados.
Na América Latina, os índices muito altos de mortalidade infantil, superiores a 50, aparecem no Caribe ( Haiti, República Dominicana), no istmo centro americano ( Honduras e El Salvador) e na América do Sul (Bolívia, Brasil, Peru e Equador).

FORÇAS DA NATUREZA

Eu pedi força... O Orixá me deu dificuldades para me fazer forte
Eu pedi sabedoria O Orixá me deu problemas para resolver
Eu pedi prosperidade... O Orixá me deu cérebro e músculos para trabalhar
Eu pedi coragem... O Orixá me deu perigo para superar
Eu pedi amor... O Orixá me deu pessoas com problemas para ajudar
Eu pedi favores... O Orixá me deu oportunidades



Não recebi nada do pedi... Mas recebi tudo de que precisava

ÉTICA

João Francisco da Costa*

A noção de ética que hoje conhecemos, como sendo as regras de comportamento de um determinado grupo de pessoas, era tida na antigüidade grega como sendo as regras de comportamento para o indivíduo..... Sabe-se que a ética se constrói a partir das necessidades políticas de uma comunidade, entendendo-se aqui política como a organização da ação decisória do ser humano. Desta forma, pode-se pensar a ética como a busca por um ideal comum que satisfaça, ao mesmo tempo, a necessidade individual e comunitária. (Müller, Daniel Nehme; Textos Selecionados, ULBRA, 2002)**

A Etimologia da palavra Ética

Há duas palavras gregas, parecidas, que explicam o sentido etimológico de Ética: ethos e éthos.

 Ethos significa costume. Refere-se a usos e costumes de um grupo. Nos grupos humanos os costumes são decisivos para a conduta dos indivíduos. Nesse estágio, a moral e o direito são os costumes. A Ética do grupo é também a Ética dos indivíduos, O modo de ser do grupo é o modo de ser de cada indivíduo.

Costumes, plural, em latim é mores. De mores vem Moralis - Moral, palavra com que Cícero (De Fato, II, 1) traduziu a palavra grega éthicós. Ética é Moral.

O grupo impõe os seus costumes ao indivíduo visando à exterioridade da Ética. A sociedade dita as normas de conduta. Ao inculto, é preciso que se lhe diga o que deve fazer e o que não deve fazer para o bem estar social. A norma, originada dos costumes, visa a ação exterior; por ex., — não mate, não roube, não estupre... Quando a consciência moral dos indivíduos for mais cultivada, quando os indivíduos possuírem critério interior próprio, a Ética interiorizar-se-á; por ex., "Ama o teu próximo como a ti mesmo", que para um santo (S. Agostinho) se reduz a uma palavra: — “Ama, et fac quod vis” — Ama e faz o que quiseres.

 Éthos significa domicílio, moradia. É a morada habitual de alguém, o país onde alguém habita. Passou a designar a maneira de ser habitual, o caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, sigilo, timbre ou disposição interna da vontade que a inclina a agir habitualmente de determinada maneira. Hábito, para o bem ou para o mal, virtuoso ou vicioso, é quase segunda natureza, fonte de atos. (Hábito é efeito de atos, pois a repetição de atos causa o hábito; mas uma vez adquirido, o hábito toma-se causa de atos).

Pois bem, etimologicamente, Ética, seja de ethos seja de éthos, as duas palavras são parentas, chega-se ao mesmo sentido — via costumes ou via morada habitual. Os dois caminhos levam à conduta humana.

Definição

Ética não se restringe à descrição de costumes ou hábitos de diferentes povos. O objeto real da Ética vai além do sentido etimológico. A Ética procura princípios que dirijam a consciência na escolha do bem e concentra sua atenção na vontade humana (como a lógica, na inteligência), porque o objeto da Ética é o ato humano, e o ato humano é produzido pela vontade. O ato, objeto da Ética, é o ato humano, ato específico da humanidade, ato que distingue esta dos outros seres.
A liberdade acrescenta o domínio da vontade sobre o ato, de tal maneira que possa escolher entre agir e não agir, ou agir desta ou daquela maneira, isto é, possa escolher entre este ou aquele ato. O objeto material da Ética é o ato humano, ato voluntário e livre, qualquer ato involuntário e não-livre não é ato humano e, portanto, não é objeto da Ética.

Resumindo:
1) A Ética procura definir o bem e o mal moral;
2) Procura determinar princípios e normas éticas;
3) Que levem o indivíduo a cumprir com seus deveres e ordenar seus atos.

Bibliografia

MÜLLER, Daniel Nehme; Textos Selecionados. Canoas: ULBRA, 2002
SANSON, Vitorino Felix; Disponível em: www.suigeneris.pro.br/filo_socied06.htm, acessado em 24/02/05.