Da Determinação à Tempestade
Em um dia de inspiração, Olorum, sentado a seu trono, com sua face recoberta, por seu Adê de Cawaris (búzios), que havia criado para si próprio, sentiu que deveria criar um orixá fêmea (Obirinxá), que fosse a representação da determinação, da coragem, da ousadia e da alegria. Assim, mandou que se chama-se Ajalá (Eborá), marceneiro do Orum. Após aconselhar-se com este, proferiu palavras ininteligíveis, as quais somente Ele próprio conhecia, então, surgiu a sua frente, o plasma de Oiá – Iansã, Obirinxá que deveria ser a personificação da coragem e determinação de Olofin.
Comunicados, Exu Odara, Oduduá e Obatalá, lá estavam para proporcionarem a nova orixá, elementos pessoais seus, que herdaram de seu Pai – Mãe.
De Exu, Iansã recebeu o dom da visão aguçada dos animais de rapina e a essência sensual dos búfalos almiscarados, além de ter ganho desse Eborá, a coragem para enfrentar o desconhecido, o orgulho pela conquista própria e não pela humilhação dos vencidos.
De Obatalá, Iansã ganhou a onipresença, aquela que se faz presente mesmo não estando junto, Obatalá abençoou-a com sua responsabilidade e eterna conduta, porém, passou a Iansã, sua ira pela derrota injusta, ou pelo menos, que ele julgava ser injusta.
De Oduduá, Iansã herdou o aconselhamento, a frieza em resolver as soluções, as estratégias necessárias às soluções das situações que a ela se impusessem durante a eternidade.
Durante milênios, no Orum, os Eborás e Orixás, aí com todas as suas hordas e classes (exércitos), permaneceram em paz e conscientes de suas responsabilidades, uns com os outros. Quando da Criação da Terra, por Oduduá, à Iansã, foi dada a escolha de elementos da natureza recém criados. Ágil e estrategista, Oiá logo se afeiçoou com os raios e relâmpagos, cujo valor natural a ela parecia o mais ambicioso. O raio para ela significava a liberdade, aquele que corta o céu, aqueles que invadem a terra e dela saem.
Ainda, Iansã tornou-se a proprietária ou dona das casas que abrigavam os orixás e Eborás, que aqui se instalaram.
Oiá é a liberdade da conduta, aquela que está acima do preconceito, ela é o raio, o rubi, a força existente em cada ser humano pelo desconhecido. Dona do Vento é assim designada, porém, deve-se entender que ela não é a dona do vento, e sim o próprio.
Oiá é a tempestade, é a formação de baixa pressão atmosférica, que forma o furacão, o tornado, é ela o ciclone que tudo arrasta.
Funiqué, Foribalé, Biã, Dirã, Niké, Bomi, Obomi, Ofã, Alajá, Odá, Oni, Senio, Croci, Lebani, Oxiagui, Demioni, Damarruí, Delomá, Achieroa, Omimeuó, são algumas qualidade de Iansã, conforme suas divisões e moradas, escolhidas por ela mesma, quando resolveu habitar a Terra, junto com os outros orixás, quando este planeta foi criado por Oduduá.

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